22 de março de 2011

Carta 12

Há quatro anos atrás eu fiz quinze anos. Comecei a escrever poesia. Descobri que gosto de jogar basquete. Viajei duas vezes com a escola e os amigos. Dei o meu primeiro beijo, e foi lindo, você deve ter visto. A segunda e a terceira formatura já passaram. Eu passei no vestibular e a quarta tá chegando aí. Meu primeiro namorado já foi em casa e eu já tive meu coração partido umas duas vezes. Consegui meu primeiro emprego. A primeira dívida alta. Passei o ano novo na praia como eu sempre quis.

Criei um objetivo, criei sonhos. Tomei uma decisão séria. Descobri algo importante na minha profissão. Fiz um caderno cheio de sentimentos escritos igual a você e igual a mãe. Olha que sorte: tenho uns sete ou oito melhores amigos, abençõa eles daí. Tenho uma relação bonita com Deus. Me apaixonei pelo abraço do Igor. Tenho respeito pelas histórias de todos os seres humanos. Estou no melhor estágio e sou muito feliz lá, você deve rir com tudo daí.

Cometi uns três ou quatro erros pelos quais vou me arrepender durante um bom tempo. Todos os dias eu tenho tentado ser um ser humano melhor como eu prometi. Sigo com todas as virtudes que você me mostrou que uma pessoa deve ter. Comecei a me maquiar hoje de manhã pensando o que você pensaria ou falaria. Ainda estou tentando me acostumar com o salto. Com as voltas e decisões da vida. Ainda estou tentando entender os seres humanos e as suas escolhas, as minhas escolhas, as escolhas de Deus. E você está aí, mas continua aqui.


Eu sinto a sua falta.

Um comentário:

Felipe Braga disse...

Ah, que saudade desses escritos!

A vida vai passando, e a gente vai acrescentando novas cores e sentimentos, novas emoções e angústias, infortúnios e sorrisos nessa carta. Mas você sabe, Letícia: sempre que você olhar pro lado, eu estarei ali.

Com a doçura de sempre. Imagino o olhar.

Beijos.